Artigo originalmente publicado na Revista Ufologia Nacional e Internacional, edição 4, referente à casos ocorridos na cidade de Laranjeiras do Sul.
Introdução
Vem sendo palco de insólitos fenômenos aéreos, que partem de varias cidades. Desta vez, as noticias partiram do município de Laranjeiras do Sul onde, na noite de 18 de abril de 1984, muitas pessoas presenciaram um OVNI passar sobre a localidade, ocasionando também uma perda de energia elétrica, um conhecido "black-out" associado a passagens de OVNIs.
Observando a grande incidência de OVNIs naquela região, o Centro de Investigação e Pesquisa Exobiológica (CIPEX), representado por vários de seus integrantes, permaneceu por dois dias em Laranjeiras do Sul (26 e 27 de julho de 1984), recolhendo uma serie de relatos e informações ufológicas, algumas ocorridas em épocas passadas, para comparações. Um dos relatos mais impressionantes, por exemplo, e o da Sra. Anália Melo, 70 anos, que transcrevemos a seguir:
"Este fato ocorreu a uns dez anos atrás [ano de 1974], quando eu e meu marido nos encontrávamos em nossa fazenda, aqui no município de Laranjeiras do Sul, juntamente com mais quatro empregados. Recordo-me que, alguns minutos apos o jantar, os cães começaram a latir e a ficar agitados. Saímos da casa para ver o que se passava e logo observamos uma forte luz azulada, vinda da estrada da fazenda. Imaginávamos que fosse algum carro e, a cerca de duzentos metros, eis que surge um objeto voador jamais visto por nos (figura 1). Movia-se lentamente e suas janelas giravam constantemente. Atrás delas apareciam claramente os perfis de pessoas sentadas ou, pelo menos, assim parecia. Essas silhuetas negras se mantinham imóveis. Podíamos notar o interior do objeto, que era totalmente luminoso. Lentamente, o objeto cruzou a baixa altitude a nossa fazenda e, sem qualquer ruído, desapareceu atrás da mata... Este caso nunca foi comentado com ninguém, exceto com nossos filhos".
Ao longo de nossos contatos em Laranjeiras do Sul, entrevistamos o advogado Ayrton C. Rosa, que nos relatou uma experiência com OVNI, presenciada na noite de 21 de junho de 1974 por ele e sua esposa. A observação durou uns dez segundos, em que um objeto retangular (figura 2) semelhante a uma pequena lâmpada de néon foi observado.
O vigário da Igreja de Santa Ana, Padre Francisco Sozzi, também observou um OVNI em tempos passados, em Laranjeiras do Sul. Vejamos o que o Pe. Sozzi nos disse, em uma entrevista:
CIPEX: Pe. Francisco, o Sr. já leu algum livro sobre Ufologia?
Padre: Não. Eu nunca me interessei por esse assunto.
CIPEX: Desde quando teve sua atenção voltada para esse fenômeno?
Padre: Já faziam alguns meses que senhoras diziam ver coisas estranhas no céu, durante a noite. Eu dizia para elas dormirem um pouco mais e rezarem um pouco menos a noite. Depois foram os guardas noturnos que me relataram terem visto uma bola de fogo sobre a igreja. Também não lhes credito. Uma noite, porem, mais ou menos um mês antes da Páscoa, voltando de madrugada, vi um objeto estranho, do tamanho de uma bola de futebol, cruzar o céu. Era de cor amarela bem clara. O objeto veio na direção da torre da TELEPAR (Telecomunicações do Paraná S.A.) e seguiu a Usina de Salto Santiago. Parou naquela direção durante uns trinta minutos. Tentei dar uma explicação ao ocorrido, mas não encontrava: não era avião, nem tão pouco um helicóptero, e muito menos um satélite... O que era afinal? O mais estranho era que as luzes fortes de cor alaranjada que ele emitiu varias vezes, pareciam ser um sinal (figura 3).
CIPEX: A luz do objeto era constante?
Padre: Não. As vezes dava impressão de que ele se apagava, mas em seguida recuperava seu brilho característico.
CIPEX: Como ele desapareceu?
Padre: Começou a mover-se e num giro brusco, mudou de rumo, desaparecendo ao norte.
Tanto esse avistamento, como um outro presenciado posteriormente, o Padre Francisco Sozzi preferiu não contar a ninguém, para evitar maiores especulações e comentários.
Daniel Rebisso Giese com Padre Sozzi ao centro e o então secretário de esporte e turismo Rogério Gaspar. [Crédito das imagens: CBPDV]
UMA NOITE SEM LUZ
Era o final da tarde de 18 de abril de 1984, quando a cidade Laranjeiras do Sul já se recolhia para mais um período de descanso. Exatamente às 18h 54m. estranhamente, todas as luzes se apagaram!
Na ocasião, o professor João Tadeu Radecki encontrava-se no centro da cidade quando, ao dirigir seus olhos para o céu, aproximadamente as 19:30, observou um objeto voador discoidal bastante luminoso. Era de cor laranja e logo desapareceu no horizonte, a uma velocidade moderada. Minutos após, as 20:30, noutro setor da cidade, os escoteiros Luiz Araújo, Dimas Wilczaki e Luiz Adami perceberam no céu um objeto voador circular, do tamanho de uma bola de futebol de salão. Sua luz parecia girar ou piscar, pois as cores variavam entre o laranja e o vermelho. Para o escoteiro Adami, a luminosidade do OVNI era pulsante e lhe pareceu ter observado bordas laterais, sugerindo que o objeto poderia ser na realidade, discoidal. Um outro escoteiro, Tomas Andreatta, viu o mesmo objeto e confirmou o depoimento dos colegas. Decorridos uns cinco minutos, o OVNI desaparecia no horizonte (leste). Antes de desaparecer, o OVNI também foi observado pela professora Geni Faé, que nos relatou tê-lo visto cruzando o firmamento a grande velocidade.
OVNIs observados na região de Laranjeiras do Sul durante a onda de 1984. [Crédito das imagens: CBPDV]
Mas o que teria causado a falta de energia elétrica em Laranjeiras do Sul? Estivemos conversando com o operador da subestação da COPEL (Companhia Paranaense de Energia Elétrica S.A.), que nos declarou que na referida noite (18/4/84), quando se encontrava de plantão na subestação, foi tomado de surpresa quando as luzes se apagaram e imediatamente os alarmes dispararam. O céu estava limpo e ele não se lembra de ter escutado qualquer descarga elétrica, nem de ter visto qualquer luminosidade anormal na ocasião. Apos uma hora de intensa procura, técnicos da COPEL descobriram que um pára-raios de 60 KV de um transformador estava queimado (fotografia l). Sua porcelana, no entanto, estava intacta.
OVNIs observados na região de Laranjeiras do Sul durante a onda de 1984. [Crédito das imagens: CBPDV]
A falha não foi justificada pela empresa, que não encontrou causa aparente para o fenômeno. Obviamente, a falha não se deu por culpa da companhia de energia elétrica, uma vez que esta efetua, a cada ano, uma revisão geral nos equipamentos e instalações da subestação.
Foi somente por volta das 23:54 que a energia elétrica voltou ao normal. No dia seguinte, porém, por volta das 05:00, tornou a faltar energia elétrica em Laranjeiras do Sul, mas para que fosse trocado o pára-raios queimado. Essa breve interrupção deu margem a comentários sobre o segundo "black-out". Naquele momento, o jornalista Jandovi Esmerio Correa, chegando de sua viagem a Curitiba, logo ao sair da rodoviária, notou no céu uma bola luminosa que irradiava intensa luz vermelha. Dirigiu-se a sua casa o mais rápido possível, no intuito de alertar a sua família, mas o OVNI deslocou-se velozmente, desaparecendo de vista.
LUZES SOBRE A IGREJA
Na noite do "black-out" algumas pessoas, como o Padre Francisco Sozzi, observaram que a luz da Igreja de Santa Ana estava iluminada por uma suave luz. Dois detalhes ai devem ser destacados:
1°) A igreja não possui gerador de luz;
2°) No dia 15 de abril registra-se noite de lua cheia. Vejamos o depoimento do Padre Francisco:
"Na noite em que faltou luz, algumas pessoas observaram outro objeto voador, também bastante estranho, mas desta vez eu não tive oportunidade de vê-lo. Um fato curioso ocorreu na igreja, principalmente onde esta a imagem de Santa Ana. Lembro que quando regressava de carro, pude ver, ao longe, a imagem da santa iluminada. Sei perfeitamente que ela esta pintada com tinta fosforescente, mas nunca notamos seu efeito. Achei aquilo estranho. Posteriormente, soube que outras pessoas também observararn a igreja iluminada. Não era a iluminação normal ou forte, era fraca".
A estudante secundarista Marceli Burey testemunhou de sua casa o que foi de pelo Padre Francisco. Tentou fotografar a igreja, mas desistiu da idéia, pois sua câmera Instamatic não teria recursos suficientes para registrar o evento.
No dia seguinte, o Padre Francisco subiu na torre da igreja e encontrou, para sua surpresa, os fios dos alto-falantes e do pára-raios caídos. Até hoje não se sabe explicar a causa de tais efeitos.
COMENTÁRIOS
Como pudemos perceber, Laranjeiras do Sul é, de certa forma, um local de elevada incidência Ufológica. Embora em cada um dos relatos apresentados haja uma margem para erros, todas as testemunhas entrevistadas são dignas de confiança e seus depoimentos complementam-se mutuamente.
O professor Tadeu e sua colega, Sra. Geni em locais separados, observaram um objeto voador cruzar o céu na direção leste por volta das 19:30. Uma hora depois, os escoteiros notaram uma bola luminosa sobrevoando a cidade. Seria o mesmo OVNI?
Houve realmente uma interfere ufológica sobre o abastecimento de energia elétrica em Laranjeiras do Sul. No exato momento da perda de energia, não tivemos noticias do aparecimento de qualquer OVNI sobrevoando a subestação, a rede elétrica ou as suas redondezas. Naturalmente, um pára-raios de 60 KV dificilmente se queimaria sem um bom motivo e não havia chuva naquela noite. O céu estava aberto. É provável que algum corpo estranho tenha sobrecarregado a rede elétrica, causando a queima dos pára-raios.
Outros avistamentos se sucederam apos o dia 18 de abril, naquela localidade. Um dos casos mais interessantes, ocorrido no dia 30 de junho de 1984, envolveu varias testemunhas: Sr. Ubirajara Melo e seu filho Sandro, Sr. Jandovi Correa e Sr. Jamir Dobkowski. Quem nos relata a presente experiência é o Sr. Jamir:
"Regressando da cidade vizinha de Quedas do Iguaçu, Ubirajara nos alertou para que olhássemos para o céu, pois, segundo ele, naquela noite poderíamos entrar em contato ou ver um OVNI, já que a noite estava muito linda e sem nuvens, céu aberto. Mais ou menos na metade do caminho, Sandro avistou algo estranho no céu. Paramos o carro e todos nos desembarcamos. Ao sairmos do veículo, nos deparamos com um objeto com o formato de uma estrela. Fazia estranhos movimentos no ar e trocava de cores: vermelho sangue, azul muito fraco e amarelo. Ficamos emocionados e observamos este objeto por mais ou menos uns 20 minutos. Os seus movimentos eram incríveis e impossíveis de serem relatados corretamente. Como o Jandovi estava com pressa de chegar, fizemos sua vontade e fomos embora. Passando um quilometro do local onde havíamos ficado presenciando o OVNI, eu e Sandro olhávamos para o céu quando Ubirajara, num grito, exclamou: viram!... Ele afirmava ter visto um objeto luminoso passar em frente ao carro... Continuamos a viagem, sempre atento para o alto quando, ao passarmos por uma ponte, eu avistei uma enorme bola de fogo, por cima de um morro, e em seguida Jandovi também a observou. Pedimos para o Ubirajara parar o carro. Desembarcamos e não vimos nada. Então voltamos ao lugar do avistamento inicial e lá estava o objeto no formato de uma enorme bola, com uma cor avermelhada. Todos nos ficamos curiosos. Foi então que Jandovi pediu para que fizéssemos uma corrente de pensamento positivo para quem quer que fosse que estivesse lá, se aproximasse de nós. E então começamos. Eu, sinceramente, fiquei com medo e pelo que pude observar Ubirajara e Sandro também estavam amedrontados... Aquela luz vermelha me deixava aterrorizado. Tomei a iniciativa de me retirar de junto deles para ir ao carro, que estava estacionado a alguns metros dali. Sandro e Ubirajara me acompanharam e ao me virar de costas, observei que o objeto aumentou de.volume mas rapidamente voltou ao normal. O Jandovi ficou ali. Insistimos muito para que ele nos acompanhasse, ate que o mesmo abandonou o objeto. Sem saber seu destino, partimos de volta".
Por que tantas aparições de OVNIs na região? Sabemos que nas proximidades do local existem varias usinas hidrelétricas e redes de alta-tensão, mas que outros motivos ai se ocultam?
Ate o presente momento, ainda não tivemos noticias de pouso de uma dessas naves, contudo e provável que existam muitos contatos de segundo e ate terceiro grau nas regiões desoladas do centro-oeste paranaense. Só aguardamos a confirmação desta hipótese......
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