São Paulo, Campo Belo. Um homem de meia idade entra num consultório de psicoterapia. Ele tem hora marcada com um terapeuta. Senta na poltrona e começa a descrever os pormenores de sua vida, suas questões, seus anseios, seus sintomas; o quanto passou por diversos lugares antes de chegar ali. O terapeuta ouve o cliente, anota tudo em seu fichário, e, após algum tempo, pede que o paciente recoste-se na poltrona e simplesmente relaxe. Começa então uma série de técnicas de indução a um estado alterado de consciência. O cliente mergulha dentro de si mesmo e passa a descrever visões e impressões gerais de estar numa outra época, em outra geografia, pertencendo a uma cultura diferente, e até mesmo expressando uma outra personalidade. Ambos, terapeuta e paciente, estão ali com a finalidade de realizar um tratamento nos sintomas que integram as queixas gerais do cliente.
Ao ler as linhas acima, muitos podem acreditar que este episódio descreve uma clássica sessão de psicoterapia convencional. No entanto, as duas figuras, paciente e psicólogo, encontram-se neste setting terapêutico para a prática de uma abordagem de tratamento diferenciada e nada ortodoxa, que ainda suscita toda forma de preconceitos e críticas de médicos, cientistas, psicólogos e psiquiatras em geral que se atem aos paradigmas convencionais da pesquisa científica. Esta nova forma de terapia, combatida por uns e exaltada por outros, recebe o nome de Terapia de Vidas Passadas (TVP). A Terapia de Vidas Passadas parece não guardar qualquer tipo de relação com a Ufologia, e ser uma abordagem eminentemente religiosa, mas as pesquisas nessa área mostram que essa visão não corresponde exatamente aos fenômenos que são estudados. E quais seriam as relações que uma linha terapêutica que trata de vidas passadas poderia ter com a Ufologia?
Quando se pensa em métodos de investigação capazes de trazer ao nosso conhecimento fatos relacionados à abdução extraterrestre, a primeira coisa que geralmente nos vem à mente é a técnica da hipnose regressiva. Durante mais de 40 anos, apesar de estar ainda longe de ser uma unanimidade entre os ufólogos, a hipnose vem sendo o principal instrumento de pesquisa do contato humano com supostas raças cósmicas. Para quem não sabe, a abdução é o rapto de pessoas por seres que provavelmente vivem além de nossa civilização e que parecem deter uma tecnologia que ultrapassa em muito aquilo que conhecemos na Terra.
Em linhas gerais, as abduções seguem quase sempre um mesmo padrão: a pessoa é tirada do seu local de origem, conduzida a uma nave ou a um espaço não identificado, pode visualizar seres supostamente extraterrestres, falar com eles (na maioria das vezes por telepatia), e o mais importante: essas pessoas são geralmente submetidas a exames médicos de vários tipos, onde lhes são retiradas partes da pele, sêmen, ossos, óvulo, etc. Essas experiências podem envolver uma forte dor ou não; pode ser voluntária ou involuntária; pode também ser implantado no abduzido uma espécie de microchip em sua pele. Todo esse processo pode ser lembrado posteriormente ou mesmo ser total ou parcialmente esquecido. No caso de amnésia, ocorre aquilo que os ufólogos chamam de “lapso de memória”, que é um período de tempo mais ou menos longo que ficou “perdido” para a pessoa. Pode ter passado uma hora, duas horas ou mais sem que a pessoa se recorde do que fez ou do que lhe aconteceu durante esse tempo.
Algumas abduções são bastante traumáticas e podem até mesmo gerar sintomas psíquicos e transtornos psicopatológicos. Apesar das críticas de muitos ufólogos à hipnose regressiva, não se pode negar que grande parte do conhecimento que a ufologia dispõe sobre as abduções ela deve à hipnose regressiva. Ufólogos como David Jacobs, Budd Hopkins, e outros escreveram muito sobre a abdução e sobre suas investigações com hipnose regressiva. Esta técnica abre os arquivos apagados da memória e revela os pormenores do fenômeno que é, sem dúvida alguma, o mais intrigante e polêmico da Ufologia.
A Terapia de Vidas Passadas
Muitos não sabem que a hipnose regressiva, quando a pessoa é direcionada para além da fase uterina, pode desvendar períodos ainda mais remotos, e visitar as supostas vidas passadas dos atendidos. Alguns podem achar isso absurdo e pode soar até mesmo religioso demais para os mais céticos, mas o fato é que há toda uma abordagem terapêutica baseada neste princípio: ela se chama Terapia de Vidas Passadas (TVP). Essa forma de tratamento surgiu de maneira espontânea, quando médicos, psicólogos e hipnólogos começaram a fazer hipnose regressiva em seus consulentes, e alguns relatos muito curiosos começaram a surgir. Quando os profissionais lhes pediam para se deslocarem em consciência até a causa, ou a origem do seu problema atual, pessoas de diferentes classes sociais, culturas e geografias começaram a ter visões de si mesmas estando numa outra época histórica, em outra cultura, com costumes e hábitos diferentes dos atuais, e o mais interessante: vendo-se até mesmo como sendo uma outra pessoa.
Alguns terapeutas permaneceram céticos quanto aos dados colhidos nestas sessões regressivas; outros, porém, debruçaram-se numa pesquisa mais aprofundada do fenômeno, e passaram a considerar a hipótese de que seus pacientes talvez estivessem vendo aquilo que algumas religiões do mundo chamam de “vidas passadas”, “vidas pregressas”, “existências remotas”, dentre outros termos. Essa é a teoria conhecida como Palingenesia, Metempsicose, renascimento sucessivo ou Reencarnação, que é o nome mais comum. As religiões orientais, como o budismo e o hinduísmo, falam bastante sobre ela. No Brasil, como muitos sabem, a reencarnação tem no espiritismo seu principal divulgador. Conforme o tempo foi passando, alguns teóricos elaboraram uma sistemática e lhe deram um caráter essencialmente terapêutico, retirando todo o formato religioso e livrando-se da influência exercida por algumas ideias ocultistas: surgiu então a chamada Past Life Therapy (Terapia de Vidas Passadas ou Terapia de Regressão a Vidas Passadas).
A Terapia de Vidas Passadas se desenvolveu a partir de procedimentos de hipnose regressiva realizada por médicos e psicólogos. Não foi uma tentativa de uma classe de religiosos que tentavam inserir uma crença reencarnacionista na comunidade de hipnose da época. Muito pelo contrário, conforme mais e mais pessoas seguiam uma linha de relato do que parecia ser uma experiência de existências anteriores, alguns hipnólogos contestavam seus clientes e afirmavam que eles não deveriam mais mencionar esse tipo de conteúdo, e que isso não passava de fantasias produzidas pelo inconsciente. Alexander Cannon, um psiquiatra inglês, foi um dos que, inicialmente, lutou contra a ideia das vidas passadas na hipnose regressiva, mas posteriormente terminou por endossá-la como a melhor hipótese explicativa. Este profissional chegou a atender a marca de 1.400 pessoas e a conclusão de suas pesquisas é que a reencarnação é um fato natural.
Outra Psicóloga que estudou profundamente a TVP foi Helen Wambach. Esta pesquisadora fez a regressão em nada mais nada menos do que 1.100 pessoas, uma amostragem bastante significativa. Suas pesquisas a convenceram, por intermédio dos dados colhidos e de sua correspondência com os fatos históricos, que a regressão a vidas passadas não é mera fantasia, mas uma visita a um arquivo espiritual de memórias de múltiplas encarnações. O cérebro físico seria apenas um processador ou tradutor de informações que vão além do cérebro. As memórias existiriam além do cérebro, numa fonte vibratória que o pesquisador Hemendra Banerjee chamou de “memória extracerebral”. Os críticos e céticos afirmavam que esses conteúdos são apenas símbolos produzidos pelo inconsciente; uma simples elaboração simbólica dos dramas rotineiros e de toda a problemática humana, tal como os sonhos. Apesar de darem outra interpretação, até mesmo os hipnólogos mais céticos admitem que seus clientes expressam, algumas vezes, conteúdos similares a vidas passadas durante a regressão de memória.
Uma pergunta que comumente se faz é a seguinte: pode a terapia de vidas passadas trazer à humanidade informações a respeito da existência do ser humano em civilizações além da Terra? A resposta a essa pergunta é positiva. Há um significativo número de clientes que alegam estar percebendo aquilo que aparenta ser uma vida extraterrestre, num outro mundo, em outro tempo, numa condição de vida bem diferente da nossa sociedade atual. As pesquisas com a TVP indicam, com considerável número de casos, que a origem humana pode ter sido extraterrestre. Ou seja, antes mesmo do homem iniciar sua vida no planeta Terra, ele pode ter vivido em outros recantos do cosmos, em outros globos do espaço ou planetas capazes de abrigar vida, e o mais interessante: uma passagem por essas vidas passadas alienígenas, e seu conseqüente tratamento, têm o poder de aliviar muitos dos sintomas que assolam os seres humanos trazendo a cura.
Evidências da Terapia de Vidas Passadas
A primeira indagação que nos surge quando abordamos o tema da vida extraterrestre dentro da ufologia é sobre a confiabilidade dos dados coletados. Em outras palavras, como saber que os relatos são reais e não um capricho da imaginação dos pacientes? Quais as evidências de que a pessoa não esteja inventando ou fantasiando? A esse respeito, sempre respondemos o seguinte: as mesmas evidências da realidade das memórias dos abduzidos em hipnose pode ser aplicada às memórias da Terapia de Vidas Passadas (tanto das vidas passadas na Terra quanto de fora da Terra).
Em primeiro lugar, a mesma técnica que é usada na regressão de memória em abduzidos, com hipnose, para rever acontecimentos da vida atual é também utilizada numa regressão a vidas passadas. Nesse sentido, se a hipnose regressiva pode ser levada a sério na confiabilidade e veracidade das memórias, não há motivo para se considerar que a mesma técnica não possa igualmente trazer dados confiáveis de vidas passadas ou vidas extraterrestres. A única diferença entre um e outro é a distância a que os terapeutas de regressão pedem que a pessoa vá, ou seja, até períodos anteriores ao útero materno. Em segundo lugar, o terapeuta de regressão a vidas passadas jamais induz ou dá qualquer sugestão para uma pessoa ter contato com uma vida extraterrestre. Se a pessoa o faz, isso ocorre espontaneamente, sem qualquer expectativa por parte do atendido e qualquer planejamento por parte do terapeuta. Sendo um fenômeno não provocado intencionalmente e involuntário, é natural a dedução de que ele seja muito menos contaminado pelas crenças e convicções pessoais dos pacientes.
Alguns elementos essenciais presentes nas regressões podem servir como sinais de que algo real está passando com um indivíduo em regressão: as sensações físicas podem ser intensas e abundantes (como choro, taquicardia, sudorese, aperto no peito, nó na garganta, incômodo, formigamento pelo corpo, ondas de calor, etc). Outro elemento são as fortes emoções a que os atendidos se veem envoltos: podem sentir angústia, medo, solidão, terror, raiva, nojo, desespero, inquietação, etc. Tudo isso pode representar evidências de que as pessoas não estão fantasiando, mas vendo e sentindo uma memória real, literal, que de fato ocorreu. Pode alguém ter fortes emoções, assim como reações físicas abundantes (como choro, sudorese, taquicardia, calafrios, formigamento, etc) diante de algo irreal, criado, fantasiado, sem qualquer tipo de sugestão nesse sentido? Além disso, as regressões terapêuticas, quando bem manejadas por uma profissional competente, na maioria das vezes têm efeitos terapêuticos consistentes e duradouros.
Esse fato pode ser considerado um indício de que a terapia de vidas passadas não tem como pano de fundo as crenças, convicções pessoais ou a pré-disposição das pessoas em aceitarem o fenômeno das vidas pregressas. Da mesma forma que um medicamento alopático funciona independente da confiança que o indivíduo deposita nele, a TVP poderia trazer à tona a realidade das vidas passadas para qualquer tipo de pessoa, inclusive céticos, ateus ou religiosos ortodoxos, e alcançar igualmente excelentes resultados terapêuticos, por vezes sequer esperados.
E qual seria a contribuição da TVP, baseada num grande número de casos clínicos, que pode acrescentar algo aos nossos conhecimentos atuais? Dividiremos esse conhecimento em tópicos para a melhor compreensão e assimilação dos leitores:
O Exílio Planetário
Esse é o principal tema que costuma aparecer na experiência daqueles que fazem à regressão a vida extraterrestre. O exílio planetário é também um assunto debatido no movimento espírita e espiritualista. Existem alguns livros espíritas que descrevem as migrações planetárias de espíritos que se deslocam de seu mundo de origem e são enviados a outros orbes. Um dos livros que ficou famoso na literatura espírita brasileira é a obra “Exilados de Capela” (1949) de Edgard Armond. O livro descreve a migração dos espíritos que teriam vindo da estrela Capela, da constelação do Cocheiro, para a Terra num período de milhares de anos. Quando um planeta dá um passo em sua evolução, ou sobe um degrau na escala do desenvolvimento, as almas que não acompanham essa passagem de ciclo acabam ficando atrasadas, e não podem mais renascer naquele mundo. É como o aluno repetente ao final do ano letivo, que deverá retomar os estudos desde o início pelo período de um ano.
A terapia de vidas passadas possui um significativo número de relatos de pessoas que se percebem exiladas de seu mundo origem, sendo este exílio voluntário (a própria alma se exila) ou involuntário (é banido daquele mundo para outro mais primitivo). Essas migrações podem ser coletivas ou individuais. No aspecto individual, uma alma pode ser transferida a outro mundo quando ela comete uma falta grave em seu globo de origem. Assim, ela precisa nascer num mundo inferior, onde terá a oportunidade de aprender com seus erros e refazer uma parte de seu processo evolutivo. Essa retirada de um planeta a outro é quase sempre involuntária, mas de forma alguma ela é uma medida punitiva, mas pedagógica.
A Alienação
Como toda abordagem nova, a Terapia de Vidas Passadas deve se estabelecer por meio de novos conceitos. Por ser uma linha terapêutica emergente, ela desenvolveu também uma nova etiologia, com alguns termos que não existem na Psiquiatria tradicional. Um deles é o conceito de “alienação”. Aqui não entendemos a alienação no sentido sociológico, como uma alienação social, no sentido do desinteresse ou indiferença pelo contexto social e pelos fatos políticos; ou no sentido psicopatológico, da perda da razão, delírio, desatino, insanidade, etc. Alienação no sentido de alguém sentir-se um alienígena no seu contexto de vida atual. A pessoa se percebe como um estranho, alguém de fora, que não faz parte de sua realidade atual, ou mesmo do planeta Terra. Alguns se sentem meio que “perdidos” neste planeta, sem entender o que fazem aqui, qual a sua função ou como devem se adaptar ao mundo. Apesar de esta ser uma sensação mais sutil, ela pode gerar toda uma série de sintomas psicopatológicos, tendo como o principal a depressão.
Alguns indivíduos “alienados” não veem sentido na vida, sentem um vazio imenso, como se algo lhes faltasse, e o essencial: parecem sentir uma forte nostalgia de algum lugar que não sabem qual é. O sentimento de abandono quase sempre está presente, e a consequência inevitável é o isolamento em maior ou menor grau, e em alguns casos, apresentam problemas de relacionamento. Estes indivíduos olham para o céu e sentem falta de uma outra época, de outro local e condição, mas não sabem identificar do que se trata. Em alguns casos, podem ter alguns fragmentos de visões e sensações de como era estar neste “lugar ideal”. Em casos mais raros, podem ter nítidas lembranças espontâneas deste outro mundo, com percepções claras de si mesmos vivendo nesta outra realidade.
A Terapia de Vidas Passadas possui uma técnica muito eficiente para tratar esse tipo de caso e ajudar a pessoa a viver mais no aqui e agora. Essa técnica chama-se homing. Em inglês, homing (“voltando para casa”) é um procedimento que consiste em evocar os sentimentos mais corriqueiros, como “não pertença, isolamento, abandono, nostalgia, etc” e fazer a pessoa ir a esse local onde ela se sente plenamente em casa. A técnica do homing procura levar a pessoa ao seu lar original em outro mundo, e fazê-la sentir-se aqui e lá ao mesmo tempo. Essa experiência de estar aqui e lá no momento presente permite que ela ancore esses dois estados (passado e atual) num único estado de espírito, assim como em seu corpo físico, promovendo uma sensível melhora em seus sintomas.
Faculdades Psíquicas Despertas
Aqui na Terra poucas pessoas possuem as chamadas habilidades “paranormais” desenvolvidas. Em outros planetas, a situação é inversa: parece que a maior parte dos mundos possui seres inteligentes cujo desenvolvimento psíquico está em plena atividade. Aqui nos referimos a faculdades como a telepatia (que é a mais comum), a telecinesia, a bilocação, a levitação, a precognição, dentre outros. A Terapia de Vidas Passadas revela casos de pessoas que possuíam um incrível desenvolvimento psíquico em outros mundos, mas ao serem exiladas à Terra, perderam seu poder e sua memória, e permanecem hoje apenas com um pequeno fragmento dessas lembranças e capacidades. Há pessoas que são exiladas à Terra pelo mau uso que fizeram destas habilidades “paranormais”.
Um caso recentemente tratado foi de uma jovem de 23 anos que, em sua última vida extraterrestre antes de começar a nascer na Terra abusou sobremaneira de seus poderes psíquicos em seu planeta de origem. Os guardiões do planeta resolveram então adormecê-la e conduzi-la a Terra a fim de reaprender algumas lições que foram perdidas. Ao chegar à Terra teve uma visão de um ser de altíssima luz, de incrível beleza e amorosidade – algo parecido com uma aparição mariana – abriu a mão e viu um pequeno fragmento de luminosidade sendo-lhe entregue. Essa luz representava uma pequena partícula do poder mental e das faculdades que gozava no mundo que acabara de deixar. E ser de luz a advertiu que, desta vez, ele deveria usar positiva e construtivamente seu poder psíquico. Sua missão atual era trabalhar com a cura de pessoas.
Diferentes densidades dos mundos
Uma das mais patentes diferenças entre os mundos é seu grau de densidade. Há mundos com vibrações mais pesadas; outros possuem uma energia ambiente mais sutil, mais leve, onde tudo é amigável, elevado, positivo, luminoso. Pessoas que se submetem a terapia de regressão costumam falar sobre essas diferenças no “clima” vibratório do mundo. Alguns chamam esse ambiente mental e vibratório de “psicoesfera”, ou seja, as energias altas ou baixas que integram a tonalidade energética de um planeta. Isso provavelmente tem relação com a vibração áurica coletiva dos seres que habitam cada mundo.
De qualquer forma, indivíduos que experimentaram a vida extraterrestre na TVP relatam que a Terra é um planeta com alto grau de densidade, com um entorno vibratório bem pesado e hostil, diferente de outros orbes onde a psicoesfera é bem mais amena e leve. Certa vez atendi uma mulher que viu seu planeta de origem, e teve outra visão, logo na sequência, do planeta Terra. Ela pôde enxergar como era a Terra e as energias que as rodeavam. Percebeu que a Terra possui uma grossa camada de vibrações escuras e pesadas, ao contrário do outro planeta, que possuía uma aura sutil, elevada, leve, etérea, acolhedora, etc.
Há muitos casos registrados na literatura da TVP onde se fala de alguns mundos que existem num estado ou condição de energia puríssima. Bruce Goldberg, um autor bem conhecido da terapia de vidas passadas com vários livros publicados, que ficou famoso nos anos 90 por participar de vários programas de TV, os chamou de “povo da luz”.
Almas em Missão
Outra experiência comum aos pacientes da TVP é a descrição de vidas passadas como missionários. Os missionários são almas que viviam em mundos extraterrestres e vieram a Terra voluntariamente, numa missão de benefício global, em que sua tarefa seria contribuir de alguma forma com a melhoria de vida do planeta. Certa vez atendi um rapaz de 20 anos que, após recordar-se de várias experiências na Terra, viu sua primeira vida passada no momento em que havia chegado à Terra. Ele veio numa missão há mais de 1000 anos, para transmitir alguns conhecimentos essenciais na América pré-colombiana aos ameríndios que aqui viviam. Esse conhecimento era relativo ao uso de certas ervas medicinais e ao aperfeiçoamento de sua organização social. Porém, ao nascer em solo terrestre, trouxe um certo orgulho e soberba por sua prévia condição de alma originada de um mundo superior. Por isso, acabou falhando em sua missão e se prendendo a psicoesfera terrestre. Ou seja, de espírito missionário ele se emaranhou no campo áurico do planeta e ficou encarcerado na esfera magnética da humanidade. Havia tido umas 6 ou 7 vidas na Terra desde então. Sua tarefa agora era transmutar os últimos resquícios de seu karma e resolver a questão de sua arrogância, diminuindo a influência do seu ego.
Além dos missionários que vêm à Terra e se fixam no planeta, há também aqueles que são missionários e conseguem concluir sua missão com eficácia. O número destes seres são bem mais reduzidos, pois geralmente eles vivem apenas uma existência na Terra e depois retornam ao seu lar de origem. Hans Tendam, o principal teórico da Terapia de Vidas Passadas, chamou estes últimos de “contribuintes livres”. Aqueles que vem dar alguma contribuição, falham e se prendem foram chamados de “contribuintes emaranhados”. Por outro lado, há também mais dois tipos: aqueles que vieram desenvolver algum aspecto de si mesmos (sem exílio) e também aqueles que vêm a Terra com intenções agressivas e por conta de sua má conduta aqui são proibidos de nascer em seu planeta original, emaranhando-se na Terra por períodos indeterminados. Tendam afirma que são “aqueles que vieram à Terra com intenções agressivas, como raiva de planetas e seres inferiores, ou para dominação de um grupo humano”. Há ainda seres que são chamados de “náufragos”. São aqueles que caíram na Terra por acidente e desde então não conseguiram retornar ao seu planeta de origem.
Conclusão
A Terapia de Vidas Passadas se vale do relato de uma considerável quantidade de pessoas, e os relatos de vida extraterrestre são bastante significativos. Por esse motivo, a TVP pode acrescentar muitas informações à ufologia, assim como a ufologia pode contribuir muito com a TVP. Por outro lado, a Terapia de Vidas Passadas já demonstrou não ser apenas um modismo passageiro. Cada vez mais crescem as pesquisas e o interesse do público por esta técnica. Futuramente podemos imaginar, por que não, que a TVP seja reconhecida como prática médica e psicológica oficial, e isso poderá trazer grandes avanços ao pensamento humano.
CASO CLÍNICO
Mulher. 34 anos. Queixa de sintomas psicossomáticos e dificuldade de relacionamentos. Após duas sessões de regressão a vidas passadas, iniciamos a terceira sessão: sua primeira sensação foi sentir-se subindo acima de seu corpo físico. Uma luz branca se projetava sobre ela. Logo se percebeu dentro de uma nave que partira a outro mundo. Foi recebida por um ser alto, loiro, de boa aparência, que lhe assegurou que, no momento certo, ela saberia de tudo. Viu-se então pousando num mundo desconhecido, mas logo que chegou sentiu grande familiaridade com o lugar e as pessoas que lá estavam. Deparou-se com um local muito belo, repleto de verde, com árvores frondosas, flores belíssimas, rios com águas límpidas, e também casas e edifícios construídos com cristais. Disse estar confusa e perguntou ao ser o que ela estava fazendo ali. O homem lhe explicou que aquela era a sua casa, e que desde tempos muito remotos ela era um ser luminoso que havia deixado este mundo. Ela então foi levada a um local onde um dos líderes deste planeta desejava falar-lhe. Ao chegar, ele explica que ela era procedente deste planeta, e que num passado remoto ela estava envolta em luz, mas não sabia bem como usar essa luz em benefício de outros. Foi quando testemunhou o sofrimento das pessoas que viviam na Terra e decidiu que queria nascer ali, onde existia o erro, a dor e a morte. Ela desejou sentir as imperfeições do estado humano para amparar os habitantes da Terra a se libertarem dos seus defeitos e limites. No entanto, ela ansiava tanto auxiliar que acabou se misturando com as dores, as angústias e carência espiritual da Terra, e por isso se prendera no campo magnético terrestre. O líder espiritual do planeta ponderou que, da mesma forma que não precisamos nos tornar mendigos para ajudar outros mendigos, não é necessário nascer na Terra e sentir o drama da existência humana para acudir os homens. Há um tempo atrás a cliente teve uma visão de alguns seres em seu quarto mexendo em sua mão, que estava quase incapacitada. Após a experiência de ver esses seres realizando certos procedimentos cirúrgicos em sua mão, a dor foi diminuindo e aos poucos se curando. Ela confirmou que foram eles que realizaram esse tratamento. O extraterrestre lhe deu mais algumas instruções sobre como poderia libertar-se de seus anseios e dificuldades, e disse que agora ela teria que retornar. Regressou então à Terra e se viu reacoplando ao corpo físico. Na visão da cliente, essa foi uma experiência muito real. Após a sessão, sobreveio uma sensação de alívio e bem estar que culminou com uma melhora considerável dos seus sintomas.
O que é Terapia de Vidas Passadas
A terapia de vidas passadas é uma abordagem terapêutica que se fundamenta na hipótese do renascimento sucessivo, ou reencarnação. A TVP se utiliza de técnicas semelhantes à hipnose, que consistem basicamente em três elementos: o relaxamento, a concentração e a visualização criativa. O objetivo é percorrer o passado, desta vida e de supostas existências passadas, a fim de encontrar a causa ou origem de traumas, bloqueios, conflitos, dores, enfermidades, transtornos, distúrbios, obsessões, compulsões, ansiedade, fobias, etc. Para tanto, os terapeutas de regressão induzem o paciente a um estado hipnótico, ou num termo mais amplo: um estado alterado de consciência. Apesar de a TVP trabalhar com a hipótese da realidade pré-uterina e da sobrevivência humana após a morte, ela não tem qualquer vínculo com religiões ou ideias dogmáticas. Trata-se de um campo livre de ideias ortodoxas ou pré-determinadas. Os dois pilares do tratamento da TVP são a catarse e o insight. A catarse é a expressão das cargas emocionais mal digeridas e não assimiladas do passado. O insight é o surgimento espontâneo de uma nova perspectiva do ser humano sobre algum aspecto até então desconhecido de si mesmo. O objetivo não é conhecer intelectualmente nosso passado, mas experimentá-lo como se ele estivesse ocorrendo agora. A única justificativa para essa ativação das cargas traumáticas do passado é o fato de que elas continuam presentes agora, nos influenciando negativamente. O paciente não precisa ter qualquer crença na reencarnação e nem é a finalidade da TVP provar que a reencarnação existe. A reencarnação é apenas a hipótese mais provável para a maioria dos terapeutas; esta hipótese tenta explicar os fenômenos produzidos durante a regressão de memória. A TVP tem menor duração se comparada a outras formas de terapia e os resultados são bastante eficazes. Ao contrário do que se crê, a maioria das pessoas não procura a TVP por mera curiosidade, nem se percebe como reis, rainhas, Napoleão, Joana Darc, faraós egípcios, etc. Por outro lado, ninguém pode ficar preso numa vida passada e não retornar ao estado de consciência habitual. Também é falsa a ideia de que ver vidas passadas em que fomos algozes de parentes e amigos pode nos deixar com sentimentos de culpa ou remorso. Os únicos riscos da TVP são, em primeiro lugar, realizá-la dentro das contraindicações (cardíacos, grávidas, epilepsia, pressão alta, esquizofrenia e pré-psicose). Em segundo lugar, passar pelo processo com um profissional despreparado e inexperiente. Na TVP, a pessoa fica consciente durante todo o processo, se recorda de tudo, não fica subjugada a autoridade do terapeuta e sua vontade não é enfraquecida. O objetivo é sempre terapêutico.
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